O Hotel
O Palace Hotel tem uma longa e memorável história para contar. Inaugurado na década de 30, o prédio foi construído como parte de um conjunto arquitetônico composto ainda por Palace Casino e Thermas Antônio Carlos. O projeto grandioso e cheio de bom gosto, que foi idealizado pelo arquiteto carioca Eduardo Pederneiras, prometia transformar Poços de Caldas em uma das maiores e mais frequentadas estâncias hidrominerais das Américas.
Todo o processo de construção foi de uma rapidez surpreendente, mesmo com alguns desacordos pelo caminho. Realizada em duas etapas, a obra teve início com Cia. Melhoramentos, empresa responsável por diversas construções no período de desenvolvimento de Poços de Caldas. Mais tarde, pela falta de recursos, a companhia acabou falindo e a execução foi assumida e concluída pelo Governo de Minas Gerais por ordem do então Governador Antônio Carlos.
Com a cidade tomada pelo glamoroso clima europeu e as roletas de jogos a todo vapor, o Palace Hotel abriu as portas e já nasceu como um dos maiores e mais luxuosos hotéis de toda a região. De início, foi repassado à iniciativa privada sendo arrendado por Vivaldi Leite Ribeiro, mas, após um grave desentendimento com o novo Governador Benedito Valadares, Ribeiro foi obrigado a desocupar com todo seu mobiliário, o hotel em apenas 48 horas. Com isso, em 1937, o prédio retornou às mãos do Estado e permaneceu fechado pelos próximos dois anos.
Em 1939, o Palace voltou à ativa sob o comando estatal e, a partir daí, passou a receber inúmeras personalidades ilustres como Chefes de Estado da América Latina, artistas célebres e muitos outros. O Presidente Getúlio Vargas também era visto constantemente circulando pelos luxuosos corredores do hotel acompanhado de sua esposa, Sra. Darci Vargas, que vinha à cidade sulfurosa com frequência para se tratar com as águas medicinais.
Pouco mais de uma década depois, em 1950, o Palace Hotel foi dado em arrendamento pelo período de dez anos às Indústrias Theophilo Cunha. Mais tarde, em 1960, com a criação da Hidrominas, o estabelecimento voltou ao comando do Estado no o Governo de Magalhães Pinto e assim permaneceu até o ano de 1994, quando foi novamente Arrendado, desta vez, assumido pelo Grupo Carlton Plaza, por meio do empresário Paulo Roberto Miguel da Costa. O grupo ainda hoje permanece administrando o hotel, preservando toda a cultura e beleza arquitetônica que envolve o esplêndido lugar.
Em 1989 o Palace Hotel foi tombado pela Constituição do Estado de Minas Gerais, ano em que outros conhecidos complexos do país como Araxá e Serra do Curral, passaram pelo mesmo processo. Atualmente, é reconhecido como um legítimo Patrimônio Histórico e Arquitetônico de Poços de Caldas pelo que carrega uma belíssima história contada pelo glamour da época em que foi construído.